segunda-feira, 4 de março de 2013

um salve alucinante!



A ansiedade virava algo preso na garganta... Aquele palco ainda escuro, um locutor enrolando o pulo, a arquitetura do palco sendo montada, e nada do Rappa...

Não sei se o ano vai ser do mal ou se vai ser do bem... Mas o ano virou único... Dj Negralha faz a introdução pra chamar a alma do público, o que ele faz muito bem... A eletrizante 'Reza vela' começa a viajem com a banda toda em empolgante apresentação... Era luz branca e intensa na batida do bumbo, era uma máquina atrás do homem e o homem mecanizado, como se estivesse longe do que se faz liberdade... E como um grito de guerra... Um refrão te faz olhar pro céu. “Eu sou guerreiro, sou trabalhador e todo dia vou encarar com fé em Deus e na minha batalha, e na minha batalha. Espero tá bem longe quando tudo de ruim passar...”
E agora o tempo passava, mas não se sentia... Era apenas uma melodia meio africana, uns grooves, e sambas funkeados que levavam uma multidão de cabeças prum lado e pro outro. E aí uma das hiper-colagens’ de trechos improvisados e muito bem ensaiados do eterno Dj do Rappa, o Sir. Negralha começa, aí é a batida com delay... reverb... que toma conta... uma pedrada de vez em quando pra não sair da trilha... E depois de uma navegada... A guitarra começa leve, e a banda pulsa entregue... É a 'Linha vermelha'... Numa levada delicada do teclado... Linda! “Tem que recomeçar, tem que construir, tem que avaliar, e ter hora pra agir o tempo todo, o tempo todo tem que agir... Vou me benzer. Vou orar. Vou agradecer. Vou me rezar...”.

Esse grupo é reconhecido em qualquer meio que se tenha sabor de cultura, numa rapaziada ligada com o murro na cara da elite, que admira o dia por que o dia é PRA todos, repira na luta, enquanto busca a simplicidade, e perante o amor pelo que é nosso... Brasil, nordeste (Lembro de um belíssimo trecho de solo de guitarra em que Xandão parafraseia com um que de Rappa o ícone Luiz Gonzaga... Foi a na introdução da emblemática 'Hey Joe') Os caras são parte de um todo pelo sentimento que se é produzido, seres humanos que exalam energia e exaltam o bem. “A cor da pele não é nada perto do seu coração...” Falcão sempre empolgado, se integrava como parte do público, sentindo o show e espalhando a ideologia da banda. E um remixe se forma como uma cobra rastejando, de repente batidas começam a te tirar do chão apenas pela mente, e elas se repetem e se misturam... 

O clima de 'Lado A lado B' e a sincronia do visual... putz... A noite vibra ao som rasta e psicodélico que rola entre as músicas do repertório muito bem montado... “A minha alma tá armada e apontada para cara do sossego. Paz sem voz paz sem voz, não é paz. é medo. Às vezes eu falo com a vida, as vezes é ela quem diz, qual a paz que eu não quero conservar pra tentar ser feliz...” faz a cabeça...
'Pescador de ilusões' e os saltos... todo mundo vira brother... Um ponto alucinante a ser ressaltado do show é o seu excelente clipe... Na parte final, um dos reggaerappa, se não me engano 'Meu mundo é o barro' (tocada também no início) ou 'Súplica cearense', era no telão um Senhorzinho rasta vestindo o verde, amarelo e vermelho... Um simples homem liberto... rindo ao fazer algum serviço de casa... Eram imagem antigas, provavelmente feitas na Jamaica.
E em alguns desses ‘culto-canções’ se intercalavam palavras como Humildade, Favela, solidariedade... UNIÃO... Todos com a mesma fonte da logo da banda... E o Salve Teresina... Vishi... Emocionante!

Abraço Rappa! A energia do bem  sempre prevalece!

...Uh Rappa! uh rappa! Uh rappa! Uhh rappa! Uhh rapa!!...
IMAGENS RETIRADAS DE ORAPPA.COM.BR

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Arthur Schopenhauer

"A arte é uma flor nascida no caminho da nossa vida, e se desenvolve para suaviza-la"