A ansiedade virava algo preso na garganta... Aquele palco ainda
escuro, um locutor enrolando o pulo, a arquitetura do palco sendo montada, e
nada do Rappa...
Não sei se o ano vai ser do mal ou se vai ser do bem... Mas
o ano virou único... Dj Negralha faz a introdução pra chamar a alma do público,
o que ele faz muito bem... A eletrizante 'Reza vela' começa a viajem com a banda
toda em empolgante apresentação... Era luz branca e intensa na batida do bumbo,
era uma máquina atrás do homem e o homem mecanizado, como se estivesse longe do
que se faz liberdade... E como um grito de guerra... Um refrão te faz olhar pro
céu. “Eu sou guerreiro, sou trabalhador e todo dia vou encarar com fé em Deus e
na minha batalha, e na minha batalha. Espero tá bem longe quando tudo de ruim
passar...”
E agora o tempo passava, mas não se sentia... Era apenas uma
melodia meio africana, uns grooves, e sambas funkeados que levavam uma multidão
de cabeças prum lado e pro outro. E aí uma das hiper-colagens’ de trechos
improvisados e muito bem ensaiados do eterno Dj do Rappa, o Sir. Negralha começa,
aí é a batida com delay... reverb... que toma conta... uma pedrada de vez em
quando pra não sair da trilha... E depois de uma navegada... A guitarra começa
leve, e a banda pulsa entregue... É a 'Linha vermelha'... Numa levada delicada do
teclado... Linda! “Tem que recomeçar, tem que construir, tem que avaliar, e ter
hora pra agir o tempo todo, o tempo todo tem que agir... Vou me benzer. Vou
orar. Vou agradecer. Vou me rezar...”.
Esse grupo é reconhecido em qualquer meio que se tenha sabor
de cultura, numa rapaziada ligada com o murro na cara da elite, que admira o
dia por que o dia é PRA todos, repira na luta, enquanto busca a simplicidade, e
perante o amor pelo que é nosso... Brasil, nordeste (Lembro de um belíssimo
trecho de solo de guitarra em que Xandão parafraseia com um que de Rappa o
ícone Luiz Gonzaga... Foi a na introdução da emblemática 'Hey Joe') Os caras
são parte de um todo pelo sentimento que se é produzido, seres humanos que
exalam energia e exaltam o bem. “A cor da pele não é nada perto do seu
coração...” Falcão sempre empolgado, se integrava como parte do público,
sentindo o show e espalhando a ideologia da banda. E um remixe se forma como
uma cobra rastejando, de repente batidas começam a te tirar do chão apenas pela
mente, e elas se repetem e se misturam...
O clima de 'Lado A lado B' e a
sincronia do visual... putz... A noite vibra ao som rasta e psicodélico que rola
entre as músicas do repertório muito bem montado... “A minha alma tá armada e
apontada para cara do sossego. Paz sem voz paz sem voz, não é paz. é medo. Às
vezes eu falo com a vida, as vezes é ela quem diz, qual a paz que eu não quero
conservar pra tentar ser feliz...” faz a cabeça...
'Pescador de ilusões' e os saltos... todo mundo vira brother... Um ponto alucinante a ser ressaltado do show é o seu
excelente clipe... Na parte final, um dos reggaerappa, se não me engano 'Meu mundo é o barro' (tocada também no início) ou 'Súplica cearense', era no telão um
Senhorzinho rasta vestindo o verde, amarelo e vermelho... Um simples homem
liberto... rindo ao fazer algum serviço de casa... Eram imagem antigas,
provavelmente feitas na Jamaica.
E em alguns desses ‘culto-canções’ se intercalavam palavras como Humildade, Favela, solidariedade... UNIÃO... Todos com a mesma fonte da logo da banda... E o Salve Teresina... Vishi... Emocionante!
E em alguns desses ‘culto-canções’ se intercalavam palavras como Humildade, Favela, solidariedade... UNIÃO... Todos com a mesma fonte da logo da banda... E o Salve Teresina... Vishi... Emocionante!
Abraço Rappa! A energia do bem sempre prevalece!
IMAGENS RETIRADAS DE ORAPPA.COM.BR
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